PALAVRA DE DEUS ( Domingo XIII do Tempo Comum - Ano C)
Publicada por Correia Duarte | Etiquetas: Domingo a Domingo... | Posted On at 03:36
13º DOMINGO DO TEMPO
COMUM
LEITURA I – 1 Re
19,16b.19-21
Leitura do Primeiro
Livro dos Reis
Naqueles dias,
disse o Senhor a
Elias:
«Ungirás Eliseu, filho
de Safat, de Abel-Meola,
como profeta em teu
lugar».
Elias pôs-se a caminho
e encontrou Eliseu,
filho de Safat,
que andava a lavrar
com doze juntas de bois
e guiava a décima
segunda.
Elias passou junto
dele e lançou sobre ele a sua capa.
Então Eliseu abandonou
os bois,
correu atrás de Elias
e disse-lhe:
«Deixa-me ir abraçar
meu pai e minha mãe;
depois irei contigo».
Elias respondeu:
«Vai e volta,
porque eu já fiz o que
devia».
Eliseu afastou-se,
tomou uma junta de
bois e matou-a;
com a madeira do arado
assou a carne,
que deu a comer à sua
gente.
Depois levantou-se e
seguiu Elias,
ficando ao seu serviço.
SALMO RESPONSORIAL –
Salmo 15 (16)
Refrão: O Senhor é a
minha herança.
Defendei-me, Senhor:
Vós sois o meu refúgio.
Diga ao Senhor: «Vós
sois o meu Deus».
Senhor, porção da
minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o
meu destino.
Bendigo o Senhor por
me ter aconselhado,
até de noite me
inspira interiormente.
O Senhor está sempre
na minha presença,
com Ele a meu lado não
vacilarei.
Por isso o meu coração
se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo
descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a
minha alma na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso
fiel sofrer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer
os caminhos da vida,
alegria plena na vossa
presença,
delícias eternas à
vossa direita.
LEITURA II – Gal
5,1.13-18
Leitura da Epístola do
apóstolo São Paulo aos Gálatas
Irmãos:
Foi para a verdadeira
liberdade que Cristo nos libertou.
Portanto, permanecei
firmes
e não torneis a
sujeitar-vos ao jugo da escravidão.
Vós, irmãos, fostes
chamados à liberdade.
Contudo, não abuseis
da liberdade
como pretexto para
viverdes segundo a carne;
mas, pela caridade,
colocai-vos ao serviço
uns dos outros,
porque toda a Lei se
resume nesta palavra:
«Amarás o teu próximo
como a ti mesmo».
Se vós, porém, vos
mordeis e devorais mutuamente,
tende cuidado, que
acabareis por destruir-vos uns aos outros.
Por isso vos digo:
Deixai-vos conduzir
pelo Espírito
e não satisfareis os
desejos da carne.
Na verdade, a carne
tem desejos contrários aos do Espírito,
e o Espírito desejos
contrários aos da carne.
São dois princípios
antagónicos
e por isso não fazeis
o que quereis.
Mas se vos deixais
guiar pelo Espírito,
não estais sujeitos à
Lei de Moisés.
ALELUIA – 1 Sam 3,9;
Jo 6,68c
Aleluia. Aleluia.
Falai, Senhor, que o
vosso servo escuta.
Vós tendes palavras de
vida eterna.
EVANGELHO – Lc 9,51-62
Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Aproximando-se os dias
de Jesus ser levado deste mundo,
Ele tomou a decisão de
Se dirigir a Jerusalém
e mandou mensageiros à
sua frente.
Estes puseram-se a
caminho
e entraram numa
povoação de samaritanos,
a fim de Lhe
prepararem hospedagem.
Mas aquela gente não O
quis receber,
porque ia a caminho de
Jerusalém.
Vendo isto, os
discípulos Tiago e João disseram a Jesus:
«Senhor, queres que
mandemos descer fogo do céu que os destrua?»
Mas Jesus voltou-Se e
repreendeu-os.
E seguiram para outra
povoação.
Pelo caminho, alguém
disse a Jesus:
«Seguir-Te-ei para
onde quer que fores».
Jesus respondeu-lhe:
«As raposas têm as
suas tocas
e as aves do céu os
seus ninhos;
mas o Filho do homem
não tem onde reclinar a cabeça».
Depois disse a outro:
«Segue-Me».
Ele respondeu:
«Senhor, deixa-me ir
primeiro sepultar meu pai».
Disse-lhe Jesus:
«Deixa que os mortos
sepultem os seus mortos;
tu, vai anunciar o
reino de Deus».
Disse-Lhe ainda outro:
«Seguir-Te-ei, Senhor;
mas deixa-me ir
primeiro despedir-me da minha família».
Jesus respondeu-lhe:
«Quem tiver lançado as
mãos ao arado e olhar para trás
não serve para o reino
de Deus».
R E F L E X Ã O:
1.--- Todos nós, os
baptizados em Jesus, somos chamados por Deus a trabalhar e a construir o Reino
de Deus no mundo, cada um no lugar onde Deus
e as circunstâncias da vida o
colocaram.
2.--- O chamamento de Deus chegou a
Eliseu através da acção de Elias… É preciso ter em conta que, muitas vezes, o
desafio de Deus nos chega através da palavra ou da interpelação de um sacerdote,
de um irmão, de uma mãe, de um amigo, de um colega, de um vizinho; e que,
muitas vezes, é preciso contar com o apoio de alguém para discernir o caminho e
ser capaz de enfrentar os desafios da vocação.
3.--- Hoje somos
convidados a contemplar a disponibilidade de Eliseu e a forma radical como ele
acolheu o desafio de Deus. A referência à morte dos bois, ao desmantelamento do
arado (cuja madeira serviu para assar a carne dos animais) e ao banquete de
despedida oferecido à família significa que o profeta resolveu “cortar todas as
amarras”, pois queria dar-se, radicalmente, ao projecto de Deus. É esse corte
radical com o passado e essa entrega definitiva à missão que nos questiona e
interpela.
4.--- A nós,
discípulos de Jesus, é proposto que O sigamos no “caminho” de Jerusalém, nesse
“caminho” que conduz à salvação e à vida plena. Trata-se de um “caminho” que
implica a renúncia a nós mesmos, aos nossos interesses, ao nosso orgulho, e um
compromisso com a cruz, com a entrega da vida, com o dom de nós próprios, com o
amor até às últimas consequências.
5.--- Jesus recusa,
liminarmente, responder à oposição e à hostilidade do mundo com qualquer
atitude de violência, de agressividade, de vingança. No entanto, a Igreja de
Jesus, na sua caminhada histórica, trilhou alguns caminhos de violência, de
fanatismo, de intolerância. Diante disto, resta-nos reconhecer que,
infelizmente, nem sempre vivemos na fidelidade aos caminhos de Jesus e pedir
desculpa aos nossos irmãos pela nossa falta de amor. É preciso, também,
continuar a anunciar o Evangelho com fidelidade, com firmeza e com coragem, mas
no respeito absoluto por aqueles que querem seguir outros caminhos e fazer outras
opções.
6.--- O “caminho do
discípulo” é um caminho exigente, que implica um dom total ao “Reino”. Quem
quiser seguir Jesus, não pode deter-se a pensar nas vantagens ou desvantagens
materiais que isso lhe traz, nem nos interesses que deixou para trás, nem nas
pessoas a quem tem de dizer adeus.
7.--- O que é que, na
nossa vida quotidiana, ainda nos impede de concretizar um compromisso total com
o “Reino de Deus” e com esse caminho do dom da vida e do amor total?
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