PALAVRA DE DEUS (Domingo XXX do Tempo Comum - Ano C)

Publicada por Correia Duarte | Etiquetas: | Posted On at 12:39

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C
DIA MUNDIAL DAS MISSÕES
23 outubro de 2016



LEITURA I – Sir 35,15b-17.20-22a
Leitura do Livro de Ben-Sirá
O Senhor é um juiz que não faz acepção de pessoas. Não favorece ninguém em prejuízo do pobre e atende a prece do oprimido. Não despreza a súplica do órfão nem os gemidos da viúva. Quem adora a Deus será bem acolhido e a sua prece sobe até às nuvens. A oração do humilde atravessa as nuvens e não descansa enquanto não chega ao seu destino. Não desiste, até que o Altíssimo o atenda, para estabelecer o direito dos justos e fazer justiça.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34)
Refrão 1: O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz.

A toda a hora bendirei o Senhor
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias.

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
O Senhor defende a vida dos seus servos,
não serão castigados os que n’Ele confiam.

LEITURA II – 2 Tim 4,6-8.16-18
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo
Caríssimo: Eu já estou oferecido em libação e o tempo da minha partida está iminente. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. E agora já me está preparada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me há-de dar naquele dia; e não só a mim, mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua vinda. Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram. Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada. O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todas as nações a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará de todo o mal e me dará a salvação no seu reino celeste. Glória a Ele pelos séculos dos séculos. Amen.
Palavra do Senhor.
EVANGELHO – Lc 18,9-14
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: «Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; Mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador’. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Palavra da Salvação.
REFLEXÃO:

A liturgia deste domingo ensina-nos que precisamos de rezar sem desleixos nem descuidos, porque a oração verdadeira “atravessa as nuvens do céu” e chega ao coração generoso de Deus, nosso Pai. Dizem-nos ainda os textos proclamados  que Deus tem uma especial simpatia pelos humildes, pelos pobres, pelos marginalizados deste mundo: naturalmente, pela sua humildade e pelo seu despojamento, são eles os que estão mais próximos da salvação. Estando vazios de si e das coisas (de poder e do ter…) eles têm certamente um coração mais disponível para acolher o dom de Deus.
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1.--- A primeira leitura define Deus como um “juiz justo” que conhece tudo e todos, por dentro e por fora, sem precisar de testemunhas; um juiz que não faz acepção de pessoas, que não Se deixa subornar pelos presentes dos ricos, e que não desiste de fazer justiça aos pobres e desprotegidos; um Pai que escuta as orações de todos os seus filhos, mas atende sobretudo as orações dos que estão desprotegidos e são vítimas dos abusos dos mais fortes e dos mais poderosos deste mundo.

2.----A segunda leitura convida-nos a viver o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo – a exemplo de Paulo. Paulo foi um bom exemplo dessa atitude que o Evangelho hoje proclamado nos propõe: ele confiou, não nos seus méritos, mas na Graça de Deus. Por Cristo e pelo Evangelho, Paulo lutou, sofreu, gastou e desgastou a sua vida, num dom total, para que a salvação de Deus chegasse a todos os povos da terra. No final, ele sentia-se como um atleta que lutou até ao fim, e estava satisfeito com a sua prestação. Restava-lhe receber essa coroa de glória, reservada aos atletas vencedores, e que Paulo sabia não estar reservada apenas para si, mas também para todos aqueles que lutam com o mesmo denodo e o mesmo entusiasmo pela causa do “Reino de Deus” no mundo. Neste dia dedicado à causa missionária da Igreja, deve cada um de nós perguntar qual o seu empenho e o seu contributo para que Jesus e a Sua mensagem de salvação chegue a todos.

3. ---O Evangelho define a atitude correcta que o crente deve assumir diante de Deus. Recusa a atitude dos orgulhosos e auto-suficientes, convencidos de que a salvação é o resultado natural dos seus méritos; e propõe a atitude humilde de um pecador, que se apresenta diante de Deus de mãos vazias, mas disposto a acolher o dom de Deus. O Apóstolo Tiago escreveu o seguinte: “Deus resiste aos orgulhosos, mas dá a Sua Graça aos humildes”. (Tiago, 4,6)
É esse sentimento de “pobreza” e de “humildade” que o evangelista Lucas propõe aos crentes do seu tempo e de todos os tempos, para se relacionarem bem com Deus. No fariseu e no publicano da parábola, Lucas põe em confronto dois tipos de atitude perante Deus. O fariseu é o modelo das pessoas cumpridoras dos seus deveres religiosos e cívicos, mas que, cheias de si e das suas virtudes, não sentem necessidade de Deus, dos Seus Dons, da Sua Misericórdia, do Seu Perdão. O publicano é o modelo das pessoas humildes que reconhecem os seus defeitos e os seus erros (quem os não tem?), e, sentindo que não são o que deviam ser nem o que Deus esperava que elas fossem, se apresentam diante de Deus cheios de humildade e confiança, e, na sua oração, apenas sabem dizer a Deus que tenha pena delas, porque são pobres em virtudes, em méritos e em boas obras, e, sentindo-se pecadores, recorrem com frequência ao Sacramento do Perdão que Jesus deixou à Sua Igreja.

4.----O evangelista diz que Jesus contou esta parábola para alguns “que se consideravam justos e desprezavam os demais”. Por vezes, nós, que vamos cumprindo os nossos deveres, mais ou menos bem, se calhar, até nos julgamos bons, muito melhores do que os outros, até achamos que merecemos a salvação, e que Deus, no fim desta nossa vida, apenas tem que nos dar aquilo que nós merecemos.
Não é assim. Quem nos salvou foi Jesus. Quem nos salva é a bondade e a misericórdia de Deus. Por nós, que direitos temos em relação a Deus? Quem de nós, com todo o seu esforço, se pode julgar justo e santo, e a corresponder inteiramente ao que Deus lhe pede?

5.---O que nos aproxima de Deus e aproxima Deus de nós, só pode ser a nossa humildade interior, o sentimento profundo de que nada somos sem Ele. O que nos aproxima do próximo e aproxima o próximo de nós, só pode ser o nosso respeito, a nossa simpatia, a nossa bondade, a nossa lealdade e a nossa humildade.
Então, procuremos todos cultivar perante Deus sentimentos e atitudes de humildade e de confiança. E perante os nossos familiares e concidadãos, gestos e atitudes de respeito, de humildade, de compreensão, e de solidariedade.
O Pai do Céu nos acolha.
O Espírito Santo nos ilumine.
O Filho de Deus nos guie

A Mãe de Jesus nos abençoe e acompanhe. 

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