PALAVRAS DE DEUS (19º Domingo Comum - ano B)

Publicada por Correia Duarte | Etiquetas: | Posted On at 13:34


– 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B
   12 de Agosto de 2018



LEITURA I – 1 Re 19,4-81
Leitura do Primeiro Livro dos Reis
Naqueles dias, Elias entrou no deserto e andou o dia inteiro. Depois sentou-se debaixo de um junípero e, desejando a morte, exclamou: «Já basta, Senhor. Tirai-me a vida, porque não sou melhor que meus pais». Deitou-se por terra e adormeceu à sombra do junípero.
Nisto, um Anjo do Senhor tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come». Ele olhou e viu à sua cabeceira um pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água.
Comeu e bebeu e tornou a deitar-se. O Anjo do Senhor veio segunda vez, tocou-lhe e disse:
«Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer». Ele levantou-se, comeu e bebeu.
Depois, fortalecido com aquele alimento, caminhou durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, Horeb.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

LEITURA II – Ef 4,30-5,2
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo de Deus, que vos assinalou para o dia da redenção. Seja eliminado do meio de vós tudo o que é azedume, irritação, cólera, insulto, maledicência e toda a espécie de maldade.
Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo.
Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados.
Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se como vítima agradável a Deus.
Palavra do Senhor.

EVANGELHO – Jo 6,41-51
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que desceu do Céu». E diziam: «Não é ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?»
Jesus respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai.
Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo».
Palavra da Salvação.

REFLEXÃO:
As palavras de Deus que lemos e ouvimos hoje lembram-nos que a nossa vida é uma viagem, uma travessia no deserto, no meio de dúvidas, tentações, dificuldades e desânimos, que o nosso destino é o encontro definitivo com Deus, e que não podemos viajar e lá chegar, sem o alimento que próprio Deus nos dá.  

1.-- A 1ª leitura apresenta-nos o caso do profeta Elias. Ele cumpria a missão de orientar para o Deus Vivo e Verdadeiro, o Povo de Israel, distraído com outras coisas, focado e interessado noutros deuses: os deuses dos povos vizinhos e pagãos. Perseguido pelo rei Acab e pela rainha, defensores dessas outras religiões, o profeta, desanimado e triste, fugiu para o deserto.

2.--- O pedido que o profeta fez a Deus, no sentido de lhe dar a morte, reflecte o seu profundo desânimo, desilusão, angústia e desespero. No entanto, Deus não está longe e não abandona os que Lhe são fiéis. O nosso texto o confirma. Por ordem de Deus, veio um anjo trazer a Elias “pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água”, dizendo-lhe: “Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer”. E o profeta, alimentado com aquele pão que Deus lhe deu, continuou o seu caminho até chegar ao Horeb – a montanha de Deus.
3.---O Evangelho apresenta Jesus como o “pão” vivo que desceu do céu para dar a vida ao mundo. Para que esse “pão” sacie definitivamente a fome de vida e de felicidade que reside no coração de cada homem e de cada mulher, é preciso “acreditar”, isto é, aderir a Jesus, acolher as suas propostas, aceitar o seu projecto, segui-l’O com amor e fidelidade, no Seu “sim” a Deus, e no Seu amor aos irmãos.
4.---Quem vai de viagem para terras desconhecidas, por caminhos mal andados, não vai de mãos vazias. Leva consigo, num bornal, os alimentos de que precisa, ou pode precisar. Os romanos chamavam “viático” às provisões que levavam consigo, quando partiam para uma longa viagem.
5.---Nos primeiros tempos do cristianismo, os discípulos de Cristo deram o mesmo nome à Eucaristia, ou seja, a esse alimento que Jesus nos dá a todos para a nossa caminhada de vida cristã, e, mais tarde, reservaram esse nome para a sagrada Comunhão que recebiam quando chegavam à hora de fazerem a última e definitiva etapa dessa viagem, rumo à eternidade.
6.---S. Tomás de Aquino ensinava que esse sacramento recebido nos últimos momentos desta vida, na hora de partirmos para sempre, se chamava “viático”, porque prefigurava e nos preparava para usufruirmos a feliz visão de Deus que estava próxima.
7.---Esta a razão por que a santa Igreja sempre se preocupou e fez tudo para que nenhum dos seus filhos morresse sem esse santo sacramento. Nessa hora, que é a última etapa do caminho, mais precisamos de força e de coragem para aceitarmos o sofrimento, para vencermos o maligno e para irmos contemplar o rosto de Deus, face a face.
8.---A viagem do profeta pelo deserto, a caminho da montanha do Oreb, representa a nossa vida de tentações, cansaços, dificuldades, dúvidas e sofrimentos que nos podem fazer desanimar, desorientar, afastar de Deus, e perder a esperança. Só o Pão Vivo que Jesus nos dá na Santa Eucaristia, se O recebemos com dignidade, com respeito, com fé, com devoção e com verdadeiro amor, nos pode dar a força necessária para fazermos esta longa travessia da vida que nos há-de levar até ao Céu, onde Deus nosso Pai nos espera ansiosamente a todos, de braços abertos para nos acolher. Foi por isso que Ele disse aos Seus discípulos: Eu sou o Pão Vivo descido do Céu. Quem comer dete Pão, viverá eternamente.
9.---As palavras de Deus lembram-nos hoje a necessidade premente que todos temos de recebermos Jesus, na sagrada Comunhão, sempre que nos seja possível, para crescer em nossas almas a Vida Divina que recebemos no Baptismo, e para nos tornarmos, aos poucos, como nos pedia S. Paulo, cada vez mais agradáveis a Deus, imitando a bondade e a generosidade de Jesus. Se alguém, por algum motivo, o não puder fazer sacramentalmente, faça uma Comunhão espiritual, ao menos uma vez por dia, e na Santa Missa, na hora da Comunhão, manifestando a Jesus a sua vontade e desejo de comungar o Seu Corpo, pedindo-Lhe desculpa por não o poder fazer, e pedindo-Lhe que venha ao menos em espírito à sua alma e ao seu coração.
Assim seja.


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